A Dádiva de Aliyah
A Escola de Energias Sexuais (SES - Sexual Energies School) aborda os abusos sexuais - físico, psíquico e psicológico - e o desequilíbrio que acontece entre as energias masculina e feminina. E, com este desequilíbrio, o vírus das energias sexuais - que é um vírus da consciência humana - entra em ação, interferindo nas relações dos seres humanos consigo mesm@s e nas suas relações interpessoais.
Este vírus pode deixar de fazer parte das nossas vidas, à medida que temos consciência sobre ele, sobre como ele age e, principalmente, à medida que escolhemos nos amar. Identificar o vírus das energias sexuais e suas dinâmicas é importante, mas, igualmente a um vírus biológico, ele muda a sua função e as suas características, a fim de não ser reconhecido.
Quando o identificamos através de alguma experiência desafiante, ele pode mudar, momentaneamente, seu comportamento. E logo esta experiência se torna tranquila, ficamos cercados de cuidado e, aparentemente, de amor. Tudo parece correr bem e mudar para melhor. Mas só por um tempo. Depois, o vírus volta a se apresentar de forma agressiva e destruidora, nos trazendo situações difíceis e cheias de drama. O vírus atua em toda essa montanha russa de experiências. Por isso, não basta apenas identificar o vírus, mas liberá-lo e, consequentemente, liberar situações e relações onde ele está presente através da dinâmica de perda e roubo de energia.
Na SES é compartilhada uma maneira muito simples, mas muito preciosa, de liberar definitivamente o vírus das energias sexuais das nossas vidas: o Aliyah, que significa amor-próprio, o amor que é sentido por si mesm@.
Apesar de ser uma “vivência prática”, Aliyah não é uma experiência que precisa de habilidade. Não é sobre alcançar certa proficiência no sexo. Não é sobre ter orgasmo, apesar de ser um momento prazeroso. Não tem a ver com trabalhar a sexualidade. É muito mais amplo do que isso. É um momento para estar consigo mesm@, se reconhecendo, se amando.
Através do Aliyah, passamos a reconhecer nosso próprio corpo, nossa mente, nossos aspectos, nosso espírito. E nos abrimos para sentir a nossa essência e integrar todas as partes de nós mesm@s. Podemos nos dar amor de forma física, sexual, espiritual. Sem técnicas ou rituais complexos.
Através do Aliyah, minha vida mudou completamente. Eu participei da Escola de Energias Sexuais em 2008 e, desde então, tenho escolhido estar comigo mesma para a experiência de Aliyah. Quando comecei a vivencia-lo, eu estava separada do meu parceiro Luiz Henrique. Eu e ele estávamos passando por um momento de muitas transformações internas e individuais. Esta separação foi muito desafiante para nós. E, muitas vezes, quando eu estava no Aliyah, sentia a falta de Henrique, sentia um vazio, pois ainda precisava dele para estar comigo, para me sentir amada.
Mas, quando eu me sentia sozinha, me sentia rejeitada por alguma situação onde eu tinha expectativas sobre o outro ou quando eu me decepcionava com algo que acontecia de forma diferente de como eu idealizava, quando eu sentia desapontamento, tristeza, vazio, eu reservava um momento para mim mesma, para o Aliyah. E, gradativamente, fui me preenchendo com o meu próprio amor, reconhecendo que somente eu mesma poderia me satisfazer verdadeiramente. Pouco a pouco, a necessidade de controlar as pessoas, esperando que elas agissem da forma como eu queria, foi diminuindo.
Num momento, eu não vivenciei mais o Aliyah. Eu me sentia bem e já podia me perceber e perceber minha relação com os outros com mais clareza. Mas eu voltei a me envolver nas problemáticas e nas “manias” familiares, dos amigos e da consciência de massa de maneira geral. Assim, o “equilíbrio” que eu sentia foi diminuindo. E comecei a me dar conta de que já estava sentindo novamente ansiedade, tristeza, tendo expectativas e controle em relação aos outros.
Então, percebi: “Preciso retomar o Aliyah”. Mas é desafiante voltar à experiência do Aliyah depois que paramos. O vírus, neste “recesso”, age constantemente em nós, junto com toda essa densa "gravidade psíquica" da consciência de massa ao nosso redor. Ele não quer que a gente volte a nos amar para não ser liberado de nós.
Eu pensava em voltar a vivenciar o Aliyah, mas sempre algo acontecia e eu adiava viver essa experiência para outro dia. “Amanhã eu vivencio” - eu pensava. E, no outro dia: “Não, amanhã vai ser melhor porque ninguém vai estar em casa e eu posso ficar mais à vontade”. E este “amanhã” nunca chegava...
Passei quase dois meses só nessas desculpas. O tempo foi passando e eu ficava ainda mais envolvida nos jogos de roubo, alimentação, vitimização, abuso nas minhas relações interpessoais. Mas, num momento, sem mais desculpas, não mais esperando por uma situação “ideal” acontecer, eu, finalmente, me priorizei e voltei a escolher um momento para mim mesma, para o Aliyah.
Aliyah é uma experiência com a qual eu me permito sentir minhas energias criativas. Eu passei a ter mais disposição para criar e fazer o que eu gosto. Eu me expresso de forma mais clara e consciente com as pessoas. E, quando sinto alguma situação de conflito, de drama, respiro profundamente, escolhendo simplesmente não fazer parte dessa situação.
Ao vivenciar o Aliyah, eu realmente compreendi que não preciso que os outros me deem respostas ou que me achem uma pessoa boa, agradável, bonita, sexy. Meu corpo está mais saudável e se rejuvenescendo a cada dia, à medida que eu me permito e confio na minha própria renovação.
Tantas podem ser as desculpas para não estar consigo mesm@ e se priorizar! Até o medo de parecer “diferente” a ponto de não conseguir mais se relacionar com as pessoas. Neste mundo em que a consciência de massa tenta sempre ser igual e seguir um padrão estabelecido, mudar é mesmo bem desafiante. Mas tudo é uma questão de escolha.
É preferível estar na companhia de alguém, mesmo que isso proporcione um prazer falso? E como percebemos que um prazer não é verdadeiro? Quando, depois de um tempo, nos sentimos inseguros, ansiosos, tristes. Na verdade, não é sobre o relacionamento em si, mas sobre nós mesm@s, sobre o vírus das energias sexuais que está presente na nossa vida.
Através da vivência do Aliyah, é possível perceber claramente como as relações funcionam. Mas, talvez, seja mais cômodo continuarmos a viver num “conforto desconfortável”, que é estar envolvido numa energia muito sedutora e ilusória.
Nossa mente também pode nos mostrar os piores cenários que aconteceriam se a gente mudasse, se transformasse. O vírus age na mente. É ele quem, na verdade, está conversando conosco. É ele que tem sido o nosso companheiro há tanto tempo, mesmo que nos traga tanto sofrimento.
Mas, muitas vezes, preferimos ter a sua companhia. Afinal, de quem ou do que a gente iria reclamar se não fosse o vírus? Qual é a companhia que realmente estamos escolhendo: a má companhia do vírus ou estarmos bem acompanhados conosco mesmos em primeiro lugar?
Por tudo que eu tenho experienciado, por todas as transformações que eu tenho vivido, sou grata a mim mesma por ter escolhido esta forma tão simples de mudar a minha vida. Eu não quis mudar para ser uma pessoa “melhor”. Eu escolhi mudar para sentir aceitação por mim mesma, para estar consciente sobre como estou neste exato momento. Viver o Alyiah é poder confiar, aceitar e integrar Tudo o que Eu Sou.
(Aline Bitencourt)
* Aliyah é uma experiência da época de Atlântica, trazida e adaptada aos tempos atuais pela Escola de Energias Sexuais.
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